20 dias de Nina



29 de novembro de 2016

Bernardo: Mamãe, eu não preciso dormir de fralda hoje, já sou um homenzinho!
Eu: Tudo bem filho, se você não quer, você não vai usar…

30 de novembro de 2016

4:30 da manhã:

Nina: chorando
Eu: (enfiando o peito na boca dela) Rô, leva o Bê no banheiro.
Rô: (morrendo de sono) Bê, vamos fazer xixi.
Bê: (dormindo) - Apenas faz o xixi.

[...]

Hoje, acordei pensando nessa situação. Eu pensei que o Bernardo ia regredir, ia ficar choroso e manhoso, de fato, ele está mais manhoso, pede “colinho”, está chorando para ir para a escola e está muito apegado com a avó. Contudo, ele me surpreendeu, ontem. Nós não fizemos aquele desfralde que fica em cima da criança, levando no banheiro toda hora, a criança faz xixi na roupa, prende o cocô ou não utiliza o penico. 
Nós resolvemos que ia ser conforme a demanda dele (isso foi escolha nossa, não é correto e nem errado: cada um, cada um.), compramos um penico e ele não gostou. Compramos outro que ele escolheu, depois passamos a usar o adaptador para vaso sanitário - então tiramos a fralda do dia com mais de três anos. À noite, ele continuou usando fralda até ontem, o dia que ele resolveu que não precisaria mais, ele já é grande.
Então, me dei conta, hoje, 30 de novembro, faz 20 dias que a Nina está conosco. Faz 20 dias que o Bê se tornou o irmão mais velho. Faz 20 dias que eu e o Rô nos tornarmos pais de duas crianças, faz 20 dias em que não “revezamos” cuidados, pois temos dois para cuidar, logo, sempre haverá o que fazer. Dois banhos. Dois mamás. Duas trouxas de roupas para lavar e passar. Duas crianças para vestir. Duas crianças para nos preocupar. Duas crianças para amar. 
Mas, esses 20 dias são mais do que “mais um filho”, não é apenas uma mudança. É a mudança na minha maternidade, na paternidade do Rô, na minha relação com o Bernardo e com o Rodrigo, na relação dos dois comigo, e entre eles. Na minha mudança comigo, na do Rô com ele mesmo e do Bernardo com ele próprio. É muito além de “mais um filho”. Somos novas pessoas. Temos, em tão pouco tempo, novos hábitos. 
O Bernardo adicionou novas falas às manhãs dele: “Bom dia, mamãe, a Nina está bem?”, ou quando ele chega da escola e dá um carinho na irmã - que mama no peito. Ou o fato de ele encarar que cresceu, e isso é doído. Ele cresceu, deixou a fralda, em breve, deixará o mamá (sim, somos moles e não “tiramos” nada dele, a não ser que ele esteja preparado para isso). Ele não quer mais ficar “apenas” com a mamãe e com o papai, quer ficar com o avô, andar de carro com a vovó. Vai para igreja com os avós, vai para a praia com os avós. Sim, a dependência total de seus pais não existe mais, ele, agora, é o irmão mais velho e está aproveitando tudo o que esses anos a mais proporcionam para ele: escolher, amadurecer e dar passos cada vez mais longe dos nós.
Olho a Nina e vejo o quanto esses dias foram transformadores para nós, ela nos trouxe muito amor e nos trouxe amadurecimento e novas relações familiares, para todos nós, principalmente, para o pequeno Bê, que, agora, não é mais tão pequeno.

Amor, define.

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